
Quando nos acontecem coisas estranhas devemos ir ao medico.
Fui ao medico; ele ainda ficou mais esquisito do que eu. Perguntou-me se tinha dores, disse-lhe que não, receitou-me uns comprimidos e marcou consulta na ortopedia. Tenho um braço esticado, bem acima da cabeça, não o consigo dobrar, parece partido, sem força, sem vida... mas em vez de cair subiu.
Pedi ao ortopedista, mesmo não doendo, para o ligar, pelo menos não pareço doido ao andar na rua de braço no ar. Mas o meu mundo começou a ficar estranho, talvez o sangue que me desce ao cérebro tenha algum efeito, tipo as visões provocadas por trepanação: comecei por ver um rapaz de pernas para o ar.
Não estava preso a parte alguma, tinha os olhos profundos e estranhos. Não queria passar por doido, o que seria fácil já que tenho um braço ligado e no ar, mas, mesmo assim, arrisquei a falar com o rapaz; é demasiado esquisito ver pessoas suspensas e de pernas para o ar:
- Estás confortável assim?
Era só para meter conversa mas ele olhou-me com indiferença, aproximou-se, andado de pernas para o ar através de nada, esticou-se, meteu a mão pela terra, como se ela não existisse, puxou um fio que atou ao meu braço.
Curou-me!
O meu braço voltou à posição normal, ele, o rapaz que andava pendurado no nada, voltou a ter os pés na terra. Olhei-o incrédulo, o seu olhar estranho tinha desaparecido, na verdade todo ele tinha desaparecido dando lugar a um rapaz desgrenhado, ranhoso e mal arranjado, com uma profunda e notória doença mental.
Afastei-me assustado, contente por estar curado, mas não me larga a sensação que tenho fios atados que me condicionam os movimentos, condicionam-me a visão... que estou a ser controlado... que estou a ser enganado!
Fui ao medico; ele ainda ficou mais esquisito do que eu. Perguntou-me se tinha dores, disse-lhe que não, receitou-me uns comprimidos e marcou consulta na ortopedia. Tenho um braço esticado, bem acima da cabeça, não o consigo dobrar, parece partido, sem força, sem vida... mas em vez de cair subiu.
Pedi ao ortopedista, mesmo não doendo, para o ligar, pelo menos não pareço doido ao andar na rua de braço no ar. Mas o meu mundo começou a ficar estranho, talvez o sangue que me desce ao cérebro tenha algum efeito, tipo as visões provocadas por trepanação: comecei por ver um rapaz de pernas para o ar.
Não estava preso a parte alguma, tinha os olhos profundos e estranhos. Não queria passar por doido, o que seria fácil já que tenho um braço ligado e no ar, mas, mesmo assim, arrisquei a falar com o rapaz; é demasiado esquisito ver pessoas suspensas e de pernas para o ar:
- Estás confortável assim?
Era só para meter conversa mas ele olhou-me com indiferença, aproximou-se, andado de pernas para o ar através de nada, esticou-se, meteu a mão pela terra, como se ela não existisse, puxou um fio que atou ao meu braço.
Curou-me!
O meu braço voltou à posição normal, ele, o rapaz que andava pendurado no nada, voltou a ter os pés na terra. Olhei-o incrédulo, o seu olhar estranho tinha desaparecido, na verdade todo ele tinha desaparecido dando lugar a um rapaz desgrenhado, ranhoso e mal arranjado, com uma profunda e notória doença mental.
Afastei-me assustado, contente por estar curado, mas não me larga a sensação que tenho fios atados que me condicionam os movimentos, condicionam-me a visão... que estou a ser controlado... que estou a ser enganado!