um salto


Ah como já tentei esquecer teu nome.

Atirei-o às ondas do mar para que fosse para longe
mas retornou na onda mais forte e espalhou-se pela minha praia.

Lancei-o ao vento
mas retornou com os pássaros da primavera

Esqueci-o enterrado num buraco fundo
mas falava-me na noite escura

Tentei rasga-lo, queima-lo...
mas era como gasolina; és fogo em mim.

Confesso, até tentei saltar da ponte alta,
ficava ele e partia eu,
mas há uma voz que chama, que segura pela mão
que ainda prende a este chão

... e todos os dias o arrepio me faz parar nos cruzamentos,
rodar em volta, sentir a presença em cada sombra que atravessa meu caminho,
presa em minhas retinas
chegas primeiro que qualquer coisa que sinta e veja,
marcando com teu gesto tudo que em mim se entrança.




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