Perco-me em teus olhos, na infinidade dos mundos que existem nos teus olhos... os teus olhos... os teus olhos...




Todas as manhas quando olhas para o espelho, sentes, intimamente, que aquele reflexo, aquela imagem, não é tua. Parece uma porta para um outro mundo, até chegas a tocar a superfície fria do vidro para certificar que a fina membrana que separa as realidades não foi quebrada. Na auto convicção que és tu quem vês; olhas teus olhos e parecem-te uma infinidade de universos contidos uns dentro dos outros; uma imagem reflectida pelo infinito. Perdes-te, fechas os olhos, dás meia volta e segues esquecendo. Sei que é assim. Com o avançar da idade, cada vez mais, também assim é comigo, com a diferença que eu sei que do outro lado existe um outro mundo, quem vejo não sou eu, mas alguém disfarçado de mim. Sei porque eu já estive nesse mundo, já estive nesse pais. Apesar da memória já ser fraca ainda me lembro do meu nome: Alice.

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