Matronas

Há uma pomba que arrolha ao canto da janela.

Uma luz matinal e fria entra e alumia

os lençóis descompostos de flanela.

Um corpo nu e inerte, esticado sobre a carpete,

olha as duas matronas que o espelho reflecte.

Tu e Eu...

contemplando o silencioso apodrecer dos trapos.

O outro corpo a seu lado, nu e inerte,

mistura o sangue dos pulsos também cortados

O que vê, o que o espelho reflecte?

Duas matronas apodrecidas,

ou dois corpos mortalmente mutilados?

Sem comentários: